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á algum tempo atrás,
escrevi em um blog particular – temporariamente suspenso – sobre
a importância de saber o que fazer com um montante expressivo de
dinheiro, como o prêmio acumulado da Mega Sena, antes mesmo de
tê-lo. Ao assistir matérias com postulantes a ganhadores, sempre os
ouço falar de “comprar uma casa, ajudar alguns familiares e
colocar o restante na poupança”. É um pensamento razoável, mas o
que vemos na realidade são milionários instantâneos que
instantaneamente perdem tudo o que ganharam. Vejamos o que acontece.
Esta semana estava
conversando com um amigo a quem dei o livro “O Mensageiro
Milionário”, de Brendon Burchard. O livro trata de forma prática
acerca do trabalho de palestrante, seja ele motivacional ou não.
Diferentemente de outros livros similares, este fala sobre o montante
de dinheiro que pode ser ganho nesse tipo de trabalho. A depender do
palestrante, do tema, do público, etc., é possível ganhar muito
dinheiro. Como exemplos mais que conhecidos, temos Robert Kiyosaki e
o brasileiro Roberto Shinyashiki. Brendon Burchard fala de ganhar
milhões de dólares em um seminário de cinco dias.
Pois bem, meu amigo
comentou: “ele poderia ter dito que com as palestras se entra em
contato com pessoas importantes, etc., que podem ajudar a ganhar
milhões de dólares, mas ele já vai dizendo logo que ganhou isso
tudo em uma palestra. Fiquei incomodado com isso”. Eu respondi que
a intenção do autor foi justamente causar esse incômodo, pelo
pensamento “se ele pode, por que não eu também”? Por outro
lado, não existe em lugar nenhum uma regra que diga que não se pode
ganhar milhões de dólares em uma palestra. Na verdade, o
impedimento de sermos milionários está justamente naquilo em que
acreditamos como possível ou real.
Nossa cultura ocidental
tende a aceitar procedimentos “cartesianos” de que “ao fazer X,
terei Y” e que não há escapatória dessa regra, na maior parte
das vezes impostas pelo senso comum ou por linhas cientificistas
questionáveis. Há muito que o meio científico, graças aos avanços
da Física Quântica, vem considerando seriamente a interferência do
observador (aquele que vê o experimento científico) na obtenção
de resultados, provando que o raciocínio cartesiano é falho e
corroborando uma velha máxima do budismo: “O homem é aquilo que
acredita ser”.
A maioria de nós se
limita a pensar naquilo que consegue ganhar de salário num mês,
considerando-o um patamar a ser administrado para a sobrevivência.
Definir claramente qual o destino do salário é relativamente fácil
para qualquer pessoa – a maioria sabe que pagará despesas com
cerca de 90% do que recebe, quando não mais – e o que sobrar
ficará em um fundo de emergência para situações inesperadas, como
um familiar doente, etc. Mas quando o montante excede em muito os
valores costumeiramente recebidos, não há planejamento e o que
sobraria acaba escoando em gastos desnecessários.
Portanto, é preciso
desde já saber lidar com grandes montantes. Há uma máxima que diz
“ganha dinheiro que tem dinheiro”. Isso não é verdade. O certo
seria dizer que “ganha dinheiro quem pensa em como ganhar dinheiro”
e age conforme esse pensamento. Mesmo quem hoje nasceu em uma família
endinheirada, pode perder rapidamente o patrimônio acumulado em anos
de labuta da família. Contudo, aquele que pensa em grandes números
e estabelece estratégias para consegui-los, tem maior chance de
construir um império.
Um exemplo costumeiro
nosso, o empresário Eike Batista, é uma pessoa que pensa em grandes
números. Colocou como meta ser o homem mais rico do mundo e chegou a
ser o mais rico do Brasil. No início, ele chegou a ser corretor de
seguros na Alemanha para bancar os estudos da faculdade de engenharia
e tornar-se independente financeiramente. Se tivesse se limitado ao
que o pai dele, o ex-ministro das Minas e Energia Eliezer Batista,
possuía em patrimônio, não seria mais do que um filho de
ex-político.
Resumindo, não há nada
que impeça uma pessoa de grandes fortunas a partir de atividades
corriqueiras, a não ser sua própria autolimitação. Permitir a si
mesmo acreditar – para depois comprovar – que é capaz de ganhar
mais R$ 50 mil mensais realizando o que gosta, sem necessariamente se
matar de trabalhar é um dos passos que o educado financeiramente,
que possui visão do futuro, deve alcançar para realizar-se como
profissional e como ser humano.
Sucesso a todos!